Fellowship Wikimedia e InternetLab: Equidade no Conhecimento

O projeto busca contribuir com reflexões sobre barreiras para a participação e produção de pessoas negras e indígenas no conhecimento, traçando pontes e identificando ausências entre esses movimentos e o movimento de conhecimento livre, especialmente no ambiente digital.

Cultura e conhecimento
Duração: 2021 - em andamento
Status: Em andamento

O InternetLab é uma  das seis organizações que fazem parte da primeira rodada de financiamento do Wikimedia Knowledge Equity Fund (Fundo de Equidade no Conhecimento), lançado pela Fundação Wikimedia no segundo semestre de 2021. O objetivo do nosso projeto é contribuir com reflexões sobre barreiras para a participação e produção de pessoas negras e indígenas no conhecimento.

As atividades serão conduzidas por uma fellow de pós-doutorado. A selecionada, Stephanie Lima, é doutora em ciências sociais pela Unicamp. Ela atua há anos academicamente e politicamente em temas relacionados a ações afirmativas e produção de conhecimento por pessoas negras na universidade.

Em seu trabalho de pós-doutorado, Stephanie pesquisará sobre como as desigualdades de raça/etnia, que estruturam a sociedade brasileira, atravessam as noções e produções de conhecimento no Brasil. Trabalhará, também, como a inclusão de pessoas autodeclaradas negras (pretas e pardas) e indígenas nas universidades públicas e privadas do Brasil tem impactado esse cenário. 

No decorrer dos últimos anos, o número de discentes negros e indígenas nas universidades aumentou. Entretanto, é um consenso entre especialistas em relações étnico-raciais que esse crescimento não se refletiu nos espaços de circulação e produção de conhecimento. As dificuldades para que intelectuais negros(as) e indígenas ocupem espaços de produção e circulação de conhecimento são inúmeras. Uma prova disso é que o aumento de discentes nas graduações não implica necessariamente em um número elevado de docentes no Ensino Superior – apenas 16,4% dos professores universitários são negros. [1]

Soma-se a esse cenário o fato de que em 2022 está prevista a revisão da Lei de Cotas (12.711/2012), o que implica a necessidade de avaliar seus resultados e atuar por mais avanços. Somos, assim, levadas a questionar: como se reflete essa desigualdade nos ambientes online? Além disso, como é possível avaliar o ambiente online, levando em consideração que o conhecimento produzido na internet abre a possibilidade de aproximar e propagar teorias e pesquisas produzidas por intelectuais negros e indígenas? Como isso se reflete no chamado conhecimento livre, e como o conhecimento livre impacta pessoas negras e indígenas?

Neste projeto, serão feitas ações de articulação entre comunidade acadêmica, terceiro setor e sociedade civil, um mapeamento  de como estes temas vêm sendo pesquisados, e avaliações quantitativas ou qualitativas sobre o conhecimento livre envolvendo pessoas negras e indígenas na internet. Faremos também ações de disseminação de pesquisa e conhecimento sendo produzido por atores e atrizes de diferentes partes do Brasil, e buscaremos impactar o debate público acerca da revisão da Lei de Cotas. Veja, abaixo, todos os produtos publicados até o momento.

 

[1] Disponível em: http://novosestudos.uol.com.br/desigualdades-raciais-na-carreira-de-magisterio-superior-e-as-cotas-para-negras-e-negros-nos-concursos-publicos-de-universidades-federais/. Acesso em 28 fev. 2020.

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