MonitorA abre edital de seleção de linguista

Em sua terceira edição, observatório de violência política online busca consultoria de linguista com experiência em estudos de gênero e/ou debates tecnológicos. Candidaturas vão até 21/03.

Notícias Desigualdades e Identidades 08.03.2024 por Fernanda K. Martins

O MonitorA, uma parceria entre o InternetLab, a Revista AzMina e o Núcleo Jornalismo, é um observatório de violência política e eleitoral contra candidatas(os) nas redes sociais. Lançado nas eleições municipais de 2020, o projeto buscou compreender como a violência política se direcionava às mulheres em espaços como Twitter, YouTube e Instagram. À época, identificamos que a violência política na internet atingia desproporcionalmente candidaturas pertencentes a grupos historicamente marginalizados – principalmente no que tange aos marcadores sociais de gênero, raça, sexualidade e geração, impactando negativamente o exercício da vida política de mulheres, pessoas negras, idosos(as) e LGBTQIAP+. 

Com base em nossos resultados iniciais de 2020, decidimos, em 2022, desenvolver uma segunda edição do MonitorA, buscando, então, não apenas demonstrar a existência de um problema de violência política de gênero nas redes, mas de complexificar o seu debate por meio de questões como:

  1. Como defender as cobranças a políticas e políticos sem, com isso, legitimar  assédios, violências de cunho psicológico e misógino, ou de outros tipos, contra candidatas(os)?
  2. Toda linguagem hostil direcionada às candidatas e candidatos é violência política? Ou podemos estar diante de uma ofensa que é moral, podendo ser considerada um insulto, mas não se tratando de violência política necessariamente?
  3. Todos os comentários hostis e potencialmente danosos devem ser removidos das plataformas?
  4. Como diferenciar um ataque de um insulto, ainda que o insulto, repetido massivamente, além de soar desrespeitoso, possa resultar em dano?
  5. Os Termos de Uso das plataformas têm sido suficientes para conter esse tipo de situação contra candidatas e candidatos? As figuras políticas devem ser tratadas como quaisquer figuras públicas?

Da segunda edição do MonitorA para cá, muitas mudanças ocorreram, inclusive, no que diz respeito ao modo como as redes sociais têm sido utilizadas. Tendo em mente a produção da metodologia que será utilizada no projeto esse ano, abrimos esse edital para contratar consultoria de um(a) linguista com experiência  nos temas de violência de gênero e/ou tecnologia

Essa(e) profissional nos ajudará a aprofundar a compreensão sobre como a violência pode ser uma ferramenta de comunicação, e a produzir  um novo léxico para a coleta de dados de 2023. 

Sobre a consultoria

A contratação será realizada por produtos, com início previsto para abril de 2024. A finalidade é auxiliar as organizações que gerem o MonitorA a produzir ferramentas de análise para os dados de violência política e, ao mesmo tempo, produzir um novo léxico para a coleta de dados que faremos das plataformas sociais. 

Dentre as atividades a serem desenvolvidas, estão: acompanhamento de reuniões, discussões teóricas e metodológicas com a equipe do projeto e a produção de um léxico adequado à identificação de violência política de gênero online.

A consultoria selecionada dedicará tempo parcial para o desenvolvimento dos produtos, o que deve ocorrer de forma remota. O prazo para envio de candidaturas é 21/03.

A participação no processo seletivo se dará exclusivamente via preenchimento de formulário, que pode ser acessado aqui

As pessoas que se candidatarem serão chamadas para entrevista em FLUXO CONTÍNUO a partir da análise prévia das respostas no formulário. 

Diversidade e inclusão

Como parte da política de diversidade étnico-racial e ações afirmativas, encorajamos e daremos prioridade às candidaturas de consultoras(es) que se autodeclarem negras, indígenas, trans, travestis e não-bináries e pessoas com deficiência.

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