MonitorA – Observatório de violência política
Observatório de violência política e eleitoral contra candidatos(as) nas redes. A iniciativa é uma parceria entre o InternetLab, a Revista AzMina e o Núcleo Jornalismo.
A violência política permeia e constitui o cenário político brasileiro, desenhando-se a partir de ações presentes antes, durante e após os pleitos eleitorais. Nesse contexto, surgem algumas questões: como a violência política está presente nas redes sociais? Qual o papel das plataformas no combate e mitigação deste fenômeno social? Como diferentes setores sociais podem trabalhar conjuntamente para garantir a integridade eleitoral? Esses são alguns dos questionamentos que estruturaram a criação do MonitorA, observatório de violência política online contra candidatas(os) a cargos eletivos.
O projeto teve início durante as eleições municipais de 2020, momento em que passávamos por uma pandemia e a internet aumentava ainda mais a sua importância nas campanhas.
Em 2022, o cenário não é exatamente o mesmo, o reconhecimento deste fenômeno social aumentou e temos, inclusive, a tipificação da violência política como crime. O reconhecimento social e legal, entretanto, não são garantias de que a violência política não marcará as eleições deste ano.
Seguimos, então, acompanhando as redes sociais de candidatas e candidatos buscando compreender como a violência política ocorre de forma concreta. Neste ano, além de contar com a parceria da revista AzMina, contamos também, com a participação do Núcleo de Jornalismo e de Luminate e Reset, como financiadores.
Metodologia
O MonitorA adota uma metodologia de natureza qualitativa-quantitativa, que envolve uma seleção de candidaturas, entre mulheres e homens de distintos pertencimentos identitários e espectros político-ideológicos, de diferentes partidos políticos, em todas as regiões do Brasil. A partir dessa seleção, coletamos dados das plataformas e, após a coleta, passamos um filtro de termos que podem ser usados de forma ofensiva. Após o filtro aplicado por meio dos termos, nós fazemos análise humana dos conteúdos que forem considerados possivelmente ofensivos.
Nas eleições deste ano, estamos monitorando, no primeiro turno, 175 candidaturas de mulheres e 25 candidaturas de homens. O MonitorA retorna, então, tendo como foco a busca por compreender como o fenômeno da violência política impacta as eleições gerais. O escopo de plataformas foi atualizado. Além das plataformas Twitter, Instagram e YouTube, analisados em 2020, analisaremos também os dados do Facebook. O dicionário de termos também foi atualizado a fim de refletir os resultados da pesquisa em 2020 e os contextos social e político atuais, que já não são os mesmos.
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Publicações até o momento:
MonitorA 2022
- MonitorA 2022: a diferenciação necessária entre insultos e ataques no debate sobre moderação de conteúdo
- Louca, doida e maluca: misoginia domina ofensas a candidatas nessas eleições
MonitorA 2020
- Três reportagens da Revista AzMina: “‘Gorda’, ‘porca’, ‘burra’: candidatas recebem mais de 40 xingamentos por dia no Twitter durante campanha eleitoral”; “Ataques a candidatas se estendem a apoiadoras no 2° turno das eleições”; e “Violência política de gênero: as diferenças entre os ataques recebidos por mulheres e seus oponentes”.