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13.01.2023
Executivo

[Acesso] Lula sanciona Política Nacional de Educação Digital

Em 11.01, o Presidente Lula sancionou a lei 14.533/2023, que institui a Política Nacional de Educação Digital (PNED) e visa a aperfeiçoar políticas públicas relacionadas ao ambiente digital, com prioridade para as populações mais vulneráveis. A lei determina que a PNED tenha por objetivos a inclusão digital, a educação digital escolar, a capacitação e especialização digital e a pesquisa e desenvolvimento em tecnologias da informação e comunicação. Dentre as ações previstas para o programa estão a implantação de infraestrutura de conectividade para fins educacionais, além do estímulo ao letramento digital e informacional, à aprendizagem de computação e programação e ao respeito a direitos digitais. O presidente vetou a obrigatoriedade de inclusão na grade do ensino e aulas de computação, programação e robótica e a equiparação de ebooks a livros físicos. Segundo a mensagem de veto, a lei altera a Base Nacional Comum Curricular, o que depende de aprovação do Conselho Nacional de Educação e de homologação pelo Ministro de Estado de Educação. No que diz respeito à equiparação de livros físicos e digitais, o veto se deu por tramitar no Congresso Nacional um projeto nesse sentido, que deve analisar a matéria em maior profundidade. O PNED será custeado por dotações orçamentárias da União, estados, municípios e Distrito Federal; doações públicas ou privadas; pelo Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e pelo Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funtell).  

Errata: na última edição do Semanário, esse conteúdo circulou, equivocadamente, sem a menção aos trechos vetados pelo presidente Lula ao texto do projeto de lei. Trazemos de volta, agora a versão completa do conteúdo, com o detalhamento dos vetos presidenciais.

Judiciário

[Atos antidemocráticos] MPF instaura inquérito contra Jovem Pan por desinformação, incitação a atos antidemocráticos e abuso de concessão pública

Em 09.01, o Ministério Público Federal instaurou inquérito civil contra a Rede Jovem Pan por supostos disseminação de conteúdos desinformativos e abuso de concessão pública. A Portaria ICP nº 01, que instaura o inquérito, pontua atos violentos que ocorreram no contexto das eleições de 2022, e que, segundo o documento, culminaram na invasão das casas dos 3 poderes da República no dia 08.01. O documento explica que o MPF constatou, por meio de levantamentos preliminares, que a Rede Jovem Pan vem disseminando conteúdos desinformativos “para minar a confiança dos cidadãos na idoneidade das instituições judiciárias brasileiras e na higidez dos processos democráticos por elas conduzidos”. A portaria cita declarações de jornalistas e comentaristas da rádio, e afirma que abusos à liberdade de radiodifusão podem ser sancionados com multa, suspensão da concessão por até trinta dias e, no limite, sua cassação. Além da  instauração do inquérito civil, a portaria requisita que os responsáveis pela Rede Jovem Pan: (i) prestem informações detalhadas sobre os conteúdos referidos na portaria; (ii) encaminhem a grade de programação da rádio no último ano; (iii) informem documentos de identificação e endereços de todos os apresentadores e comentaristas que participaram da rádio nesse período; e (iv) se abstenham de promover qualquer alteração nos canais controlados pela Rede Jovem Pan no YouTube. Ainda, requisita aos responsáveis pelo YouTube que preservem a íntegra dos vídeos publicados pela Jovem Pan, informando os vídeos excluídos e os citados na portaria. Por fim, que o Ministério das Comunicações informe sobre a existência de procedimentos instaurados contra programas veiculados pela Rede Jovem Pan sobre desinformação.

[Atos antidemocráticos] Alexandre de Moraes defere pedido da AGU e determina bloqueio de contas em redes sociais e prisão de envolvidos

Em 08.01, a Advocacia-Geral da União (AGU), por meio do Advogado-Geral José Rodrigo Araujo Messias, protocolou petição no Supremo Tribunal Federal (STF) na qual requer a adoção de medidas de contenção aos atos antidemocráticos que ocorreram na Praça dos Três Poderes em Brasília. De acordo com o documento, os atos implicaram violação à Legislação de Proteção ao Estado Democrático de Direito, bem como prejuízo manifesto ao erário e ao patrimônio público. Em razão disso, a AGU requereu (i) a desocupação dos prédios públicos federais em todo o território nacional e a dissolução de todos os atos antidemocráticos em unidades militares; (ii) a prisão em flagrante de todos os envolvidos nos atos de invasão, incluindo o ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e agentes públicos responsáveis por atos ou omissões; (iii) a identificação e a remoção, por parte das plataformas de mídia social, de conteúdos que incitem atos de invasão e depredação de prédios públicos em todo o território nacional; (iv) a interrupção de monetização de perfis e transmissão de mídias, por parte das plataformas sociais, que promovam atos de invasão e depredação de prédios públicos em todo o território nacional; (v) o armazenamento, por parte de empresas de telecomunicações, dos registros de conexão para identificação de usuários na praça dos Três Poderes no dia dos atos e (vi) a responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelos atos ilícitos. A petição foi ajuizada no âmbito do inquérito sigiloso 4.879/DF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.  No mesmo dia, o ministro deferiu os requerimentos apresentados pela AGU, assim como determinou (i) o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo de governador do Distrito Federal por 90 dias; (ii) a desocupação e dissolução total, em 24 horas, dos acampamentos nos quartéis e outras unidades militares em todo o território nacional; (iii) a desocupação, no mesmo período de tempo, de todas as vias e prédios públicos em todo o território nacional; (iv) a apreensão e bloqueio dos ônibus que trouxeram os participantes dos atos terroristas; (v) a proibição do ingresso de quaisquer ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito Federal e (vi) a expedição de ofício ao Facebook, TikTok e Twitter para o bloqueio de canais e perfis, identificados na decisão e responsáveis pela incitação de atos antidemocráticos.  Em 10.01, Moraes determinou a prisão do ex-Secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres

[Bloqueios] Alexandre de Moraes determina bloqueio de canais, perfis e contas no Telegram

Em 11.01, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para que o Telegram realize o bloqueio de canais, perfis e contas envolvidos na mobilização e organização de atos antidemocráticos. A decisão decorreu de petição apresentada pela AGU, que alegou que  grupos antidemocráticos estavam promovendo e divulgando, por meio das redes sociais, a realização de novos atos em outras cidades do Brasil. Além do pedido dos bloqueios ao Telegram, a AGU requereu (i) a determinação de medidas imediatas, preventivas e necessárias, pelas autoridades do poder Executivo Federal e dos Poderes Executivos Estaduais para impedir qualquer tentativa de invasão a prédios públicos e bloqueio de rodovias; (ii) a restrição momentânea do direito de manifestação, com a vedação de acesso a prédios públicos por “manifestantes” e de interrupção do trânsito urbano e rodoviário, sob pena de multa; (iii) a identificação e eventual determinação de indisponibilidade de veículos envolvidos na prática de atos antidemocráticos e (iv) a prisão em flagrante de todos aqueles que ocupem ou obstruam vias urbanas e rodovias, bem como procedam à invasão de prédios públicos, que foram igualmente deferidos pelo ministro. De acordo com Alexandre de Moraes, “os direitos de reunião e livre manifestação são relativos e não podem ser exercidos, em uma sociedade democrática, de maneira abusiva e atentatória à proteção dos direitos e liberdades dos demais, às exigências da saúde ou moralidade, à ordem pública, à segurança nacional, à segurança pública, defesa da ordem e prevenção do crime, e ao bem-estar da sociedade”. A decisão foi proferida no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n° 519/DF, proposta pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, em face de decisões proferidas pela Justiça Federal nas quais se pleiteia ordem para liberação de rodovias bloqueadas em decorrência de manifestações promovidas por caminhoneiros.

[Suspensão de contas] Moraes determina suspensão de contas de comentaristas da Jovem Pan

Em 04.01, segundo o site Conjur, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão de contas em redes sociais de comentaristas da Jovem Pan. Segundo o jornal, os comentaristas Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo vinham sendo investigados por divulgação de discurso de ódio e antidemocrático. Os perfis de Constantino e Figueiredo já haviam sido suspensos no dia 30.12. Se somam, a partir da decisão de Moraes, os perfis de Guilherme Fiuza no Instagram, Facebook, Telegram e YouTube também foram suspensos. Ainda segundo o site, a Meta, Google e Twitter informaram a veículos de comunicação que a medida seguiu uma determinação do Judiciário, mas não apresentaram justificativa.

Executivo

[Presidência da República] Governo publica medida provisória com nova organização ministerial

Em 01.01, o Presidente Lula editou a Medida Provisória 1.154/2023, organizando a estrutura básica dos órgãos da Presidência da República dos Ministérios. Pela nova estrutura, o Ministério da Justiça será encarregado de políticas de tratamento de dados pessoais e a Estratégia de Governo Digital ficará a cargo do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, sob a responsabilidade da secretaria de governo digital. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) será desmembrada do Ministério das Comunicações, que contará com um departamento de inclusão digital, submetido à secretaria de telecomunicações. O novo ministro das comunicações, Juscelino Filho, afirmou em sua posse que o acesso da população à internet, a inclusão digital e o uso dos meios de comunicação na educação estão entre suas prioridades. Além disso, em 01.01 foi publicado o decreto 11.362/2023, que versa sobre a estrutura e competências da Secom. Dentre as competências da Secretaria estão a coordenação e implementação de ações para o acesso à informação e combate à desinformação, a promoção da liberdade de expressão e de imprensa e a formulação de políticas para a promoção do pluralismo e a liberdade midiática. O novo ministro da Secretaria, Paulo Pimenta, afirmou que a Secom irá debater uma política para o mundo digital junto aos ministérios da Justiça, das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, mas não terá poder normativo ou de polícia sobre plataformas digitais. A Secom contará ainda com uma Secretaria de Políticas Digitais, para a qual foi nomeado João Brant. O Secretário afirmou que usará as experiências europeia, canadense e australiana de remuneração de jornalismo por plataformas como referência para políticas de fortalecimento do jornalismo profissional. Em 01.01, o Presidente Lula também criou, por meio do decreto 11.328/2023, a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia. O órgão  está contido na estrutura da Advocacia Geral da União e, entre outras, tem a função de “representar a União, judicial e extrajudicialmente, em demandas e procedimentos para resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas”. 

[Procon-SP] Órgão notifica Twitter por vazamento de dados

Em 09.01, o Procon-SP notificou o Twitter questionando a plataforma sobre o vazamento de dados de mais de 235 milhões de usuários. O órgão pediu que a rede social esclareça se o incidente de segurança de fato ocorreu, quais foram os motivos que o desencadearam e que medidas foram tomadas para contê-lo e mitigar riscos. O Procon-SP pede ainda que o Twitter esclareça que providências serão adotadas para reparar danos decorrentes do vazamento de dados pessoais e para evitar novos incidentes. A notificação também solicita que a empresa explique que medidas ela adota para atender a Lei Geral de Proteção de Dados, esclareça qual a finalidade e base legal utilizada para o tratamento de dados pessoais e informe se tem um encarregado do assunto no seu corpo de funcionários. A ação do Procon-SP ocorre após pesquisador ter divulgadoque endereços de e-mail e outras informações pessoais de usuários teriam sido roubadas de servidores do Twitter e publicadas um em fórum de hackers.

[CDR] Coalizão da sociedade civil pede regulação do zero-rating

Em 04.01, organizações que compõem a Coalizão Direitos na Rede ingressaram com pedidos administrativos junto ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República solicitando “ações imediatas para a regulação e fiscalização das práticas de zero rating aplicadas por operadoras de telecomunicações nos planos de conexão à internet móvel”. Assinados por Aqualtune Lab, Coletivo Intervozes, Instituto Educadigital, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Instituto Bem-Estar Brasil (IBEBrasil), Instituto de Referência em Internet e Sociedade (IRIS) e Instituto Nupef, os documentos afirmam que os planos de internet móvel com zero-rating são ilegais por violarem a neutralidade de rede, prevista no Marco Civil da Internet. As entidades afirmam que isso leva usuários de baixa renda a acessarem desproporcionalmente um conjunto limitado de aplicações, o que acentua desigualdades e tem efeitos negativos para o combate à desinformação e para a educação. Os pedidos solicitam que sejam “adotados atos político-regulatórios voltados a adequar as práticas comerciais relativas aos planos de acesso a Internet de forma que a neutralidade da rede e a não interrupção do serviço de conexão à internet sejam garantidas”.

Setor privado

[Meta] Facebook e Instagram se comprometem com a remoção de conteúdos após decisão do STF sobre ataque à Brasília

Em 09.01, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou que as plataformas identifiquem e removam conteúdos que promovam atos de vandalismo e incitem invasões a prédios públicos federais, a empresa Meta afirmou, por meio de seu representante Andy Stone, que já está removendo os conteúdos solicitados, além de afirmar que “antes mesmo das eleições, designamos o Brasil como um local temporário de alto risco e passamos a remover conteúdos que incentivam as pessoas a pegar em armas ou a invadir o Congresso, o Palácio do Planalto e outros prédios públicos”. Após a decisão do STF, todas as plataformas devem cumprir a medida, devendo, ainda, interromper a monetização de perfis associados ao ataque ocorrido nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, e tirar do ar as transmissões que possam promover outras invasões e depredações de edifícios públicos em qualquer parte do território nacional.

[Oversight Board] Comitê de Supervisão reverte decisões de moderação de conteúdo no Irã

Em 09.01, o Comitê de Supervisão, entidade independente dedicada à análise de decisões de moderação de conteúdo da Meta, decidiu que a plataforma estava errada em retirar conteúdos com o uso da frase “marg bar Khamenei” (em tradução literal, “morte ao Khamenei”). O Aiatolá Khamenei é o atual líder supremo do Irã. Os conteúdos com o slogan, segundo o Comitê, não violariam os Padrões da Comunidade do Facebook, na seção a respeito de Violência e Comportamento Criminoso. O Comitê esclareceu que a frase é usada como retórica política no Irã, com verdadeiro significado mais próximo de algo como “abaixo o Khamenei”, e “não como uma ameaça crível”, ou seja, sem verdadeira intenção de causar violência. O Comitê também considerou que o slogan tem sido usado no país nos últimos 5 anos, incluindo os protestos de 2022, e frequentemente em protestos contra a severidade das medidas impostas pelo governo (incluindo a obrigação de uso de hijab para mulheres). O Comitê enfatiza a importância do contexto na avaliação de frases e considera que a Meta deve fazer mais para respeitar a liberdade de expressão e permitir o uso de ameaças retóricas, especialmente no contexto iraniano. As publicações endereçadas pelo Comitê tinham sido restringidas por 7 e 30 dias, mas foram reconsideradas e revertidas pela Meta após a apelação feita ao Comitê. 

[Wikimedia] Wikipedia realiza bloqueios de contas de administradores sauditas em meio a suspeitas de infiltração do site

Em 06.01, a Fundação Wikimedia publicou informações sobre uma investigação interna iniciada em janeiro de 2022 resultando no bloqueio de contas na região do Oriente Médio e no Norte da África (MENA). Segundo a postagem, a investigação levou a 16 proibições globais a “usuários que estavam envolvidos na edição de conflitos de interesse em projetos da Wikipédia” na região do MENA e “editando a plataforma de maneira coordenada para promover os objetivos de determinadas partes”. No dia 05.01, o instituto DAWN (- Democracy for the Arab World Now) havia publicado notícia afirmando que o governo da Arábia Saudita infiltrou a Wikipédia por meio do recrutamento de administradores de alto estatuto da empresa. O instituto DAWN é formado por ativistas, pesquisadores, analistas e advogados dedicados à promoção da democracia e dos direitos humanos na região do MENA. Ainda, segundo o jornal The Guardian, no dia 05.01, dois administradores foram presos (um com sentença de 32 anos e outro com sentença de 8 anos) no território saudita. O diretor da DAWN, Abdullah Alaoudh, afirmou que "as prisões de Osama Khalid e Ziyad al-Sofiani, por um lado, e a infiltração da Wikipédia, por outro, mostram um aspecto horrível de como o governo saudita quer controlar a narrativa e a Wikipédia". Segundo a Ars Technica, os administradores foram presos por "influenciar a opinião pública" e "violar a moral pública" ao postar conteúdo "considerado crítico sobre a perseguição de ativistas políticos no país". A Ars também publicou que a Wikimedia divulgou uma declaração contestando o relatório, alegando que não houve "infiltração" e que os administradores da Wikipédia não tinham posição importante na empresa.

Publicações

[CREATe] Publicado relatório sobre conferência de direitos autorais

Em 11.01, o CREATe publicou um relatório sobre a Conferência “Rethinking Copyright Flexibilities”, que ocorreu nos dias 31.10.22 e 01.11.22, na Universidade do Chipre. O evento foi organizado pelo Departamento de Direito da Universidade em parceria com a Escola Superior Sant'Anna e o projeto ReCreating Europe. Seu principal objetivo foi a realização de reflexões sobre a capacidade dos direitos autorais de equilibrar os interesses privados de seus titulares com os interesses públicos que se pretende alcançar por meio de flexibilizações, como o maior acesso à cultura, disseminação de informação e conhecimento, criatividade e liberdade de expressão. O relatório analisa os direitos de autor à luz do quadro regulamentar e institucional existente internacionalmente, numa reflexão crítica e prospectiva.

[Access Now] Publicação de contribuição à Convenção sobre o Cibercrime discutida pela ONU

Em 11.01, a Access Now publicou uma manifestação ao Comitê de Elaboração de uma Convenção Internacional Compreensiva para o Combate do Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação para Atividades Criminais. O documento, focado em manter o respeito às normas relativas à privacidade e aos direitos humanos durante as discussões do Comitê, faz alguns apontamentos a serem considerados na fase de consolidação de minuta da Convenção (em inglês, o Consolidated Negotiating Draft). Entre os apontamentos, a instituição ofereceu a submissão de um documento com diretrizes para a ponderação de proporcionalidade nos casos de acesso a informações protegidas para fins de investigação e vigilância das comunicações, com foco nas leis internacionais de direitos humanos. Além disso, o documento faz sugestões a respeito da inclusão de redação mencionando a possibilidade de supervisão judicial ou de outras autoridades aos processos de fiscalização e vigilância do cibercrime, dos prazos de retenção de informações que poderão ser solicitadas pelas autoridades e da necessidade de manter seguros os sistemas de informação sujeitos a medidas de busca e apreensão eletrônica (evitando o enfraquecimento das tecnologias de criptografia ou a introdução proposital de vulnerabilidades nos sistemas).

Agenda

[Digital Government Research] Conferência sobre pesquisa em governo digital está com chamadas abertas para envio de trabalhos

A 24ª Conferência Internacional sobre Pesquisa em Governo Digital (dg.o 2023) está com chamadas abertas para envio de trabalhos. A iniciativa é realizada anualmente pela  Digital Government Research  e tem o objetivo de promover discussões interdisciplinares sobre os mais diversos temas relacionados à administração pública e inovação tecnológica. A Conferência aceita diferentes modalidades de produtos, dos quais há distintas formas de submissão, conforme prevê a chamada, a serem enviados até o dia 20.01.2023. Os eventos acontecem entre os dias 11 e 14 de julho de 2023, em Gdańsk, Polônia. Ao menos um dos autores deverá estar presente na conferência para apresentar o trabalho.

[Ericsson Telecomunicações] Concurso de Produção Acadêmica sobre Propriedade Intelectual está com chamada aberta para envio de trabalhos

A Ericsson Telecomunicações está com inscrições abertas para o Prêmio Ericsson. O concurso, voltado à estudantes e bacharéis em Direito, busca incentivar a produção acadêmica no Brasil e abrange os seguintes tópicos de pesquisa: (i) o papel da propriedade intelectual no fomento à inovação; (ii) contribuição da propriedade intelectual relacionada aos padrões 2G a 5G para inovação no Brasil; e (iii) o papel da propriedade intelectual relacionada aos padrões 2G a 5G para o sucesso da internet das coisas (IoT). Os vencedores contarão com prêmio em dinheiro, além de viagem a Estocolmo, conforme prevê o regulamento. Os candidatos deverão submeter artigo científico, bem como enviar outras informações por meio da inscrição no site, até o dia 20.01.2023.