Na última segunda-feira (2), o InternetLab, em parceria com o Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU (OHCHR) e o Law & Tech Lab da Universidade de St. Gallen, realizou uma oficina multissetorial sobre governança de inteligência artificial e igualdade de gênero. O evento foi promovido por ocasião da visita do projeto B-Tech da ONU ao Brasil e contou com o apoio do Greenpeace, que cedeu seu espaço para a realização da atividade.

Com a proposta de promover o diálogo entre diferentes partes interessadas, a oficina buscou construir pontes entre os debates nacionais e internacionais sobre a regulação da inteligência artificial, tendo como eixo os padrões internacionais de direitos humanos, com ênfase na promoção da igualdade de gênero e na proteção dos direitos de meninas e mulheres.

O evento reuniu representantes do Estado, sociedade civil, academia, organizações internacionais e empresas de tecnologia para discutir os desafios e oportunidades da regulação da inteligência artificial no Brasil. Os temas abordados incluíram o status da governança e dos marcos regulatórios de IA no país, o papel do direito internacional e dos direitos humanos, os desafios para garantir transparência e não discriminação em sistemas algorítmicos, com foco na violência de gênero, além de experiências internacionais sobre salvaguardas de direitos humanos em sistemas de IA e articulações entre agendas globais e locais.

A programação também contou com momentos de exposição para contextualizar o debate. Mariana Valente, diretora associada do InternetLab e professora da Universidade de St. Gallen, abriu o encontro com uma fala sobre misoginia e tecnologias digitais, destacando como essas dinâmicas se inserem no contexto mais amplo da violência de gênero facilitada por tecnologias. Em seguida, a representante da OHCHR, Isabel Ebert, apresentou os marcos internacionais sobre direitos humanos na governança da IA, com foco nos Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos (UNGPs).