Escola InternetLab reuniu profissionais de diferentes setores para pensar sobre o futuro da integridade e segurança na internet

Voltada para a formação sobre o tema de integridade e segurança (ou trust and safety) na internet, a edição da Escola InternetLab de 2024 realizou sua parte imersiva no final de junho. Na ocasião, reuniram-se profissionais de múltiplos setores para aprender e trocar experiências sobre este campo teórico e prático ainda em construção no Brasil. Com uma programação intensa e diversificada, a Escola, realizada em parceria com a Alandar Consultoria, integrou a agenda de aniversário do InternetLab, que completa seus 10 anos em 2024.

Notícias Institucional 07.08.2024 por João Vitor Araújo, Fernanda K. Martins, Danyelle Reis, Clarice Tavares e Francisco Brito Cruz

Durante a semana, 35 participantes, vindos e vindas de diferentes lugares do país, tiveram a oportunidade de participar, presencialmente na FESPSP, de programa imersivo de atividades com formatos e metodologias variadas (aulas, oficinas, workshops e seminário) focadas em integridade e segurança, em especial olhando para a moderação de conteúdo em plataformas de internet. 

Conduzidas pela equipe do InternetLab, da Alandar e por convidadas(os), as atividades passaram por temas como moderação de conteúdo, tecnologias de detecção proativa de conteúdo violento, o uso de inteligência artificial generativa e suas relações com o campo da integridade e segurança.

Escola InternetLab 2024. Foto: João Vitor Araújo

A elaboração e aplicação de políticas de moderação de conteúdo nas diferentes plataformas digitais foram um tema que conduziu diversas atividades. Começando pelos webinários, abertos ao público, intitulados “O que é moderação de conteúdo?” e “Regulação da moderação de conteúdo”, ministrados pelos diretores Heloísa Massaro e Francisco Brito Cruz nos dias 13 e 18 de junho, respectivamente. Na semana imersiva, a temática foi discutida em simulações, aulas, rodas de conversa, oficinas e seminário. As(os) participantes assumiram o papel de moderadoras(es), avaliando conteúdos que apresentavam as nuances da violência política de gênero e de raça na internet, bem como os desafios na elaboração de políticas que levam em consideração as variações contextuais. A Escola promoveu atividades com equipes de integridade e segurança de plataformas, por exemplo, rodas de conversa com membros do Comitê de Supervisão da Meta e da área de Políticas Públicas do TikTok; e oficinas de moderação de conteúdo com foco no mecanismo de busca do Google e sobre saúde em contextos de calamidade pública, a última, contou com a participação do divulgador científico Átila Iamarino. O programa incluiu também aulas e workshops sobre os diferentes modelos de moderação de conteúdo, bem como o funcionamento e as responsabilidades da indústria de integridade e segurança. Isso englobou tópicos, como relatórios e métricas de transparência e accountability. Por fim, a Escola promoveu simulação de um caso fictício envolvendo conteúdo potencialmente violador, publicado em um contexto eleitoral. No caso, as(os) participantes tiveram que decidir como a moderação deveria ser realizada. Eles representaram atores-chave, como as equipes da plataforma onde o conteúdo foi publicado, a sociedade civil e o governo.

Escola InternetLab 2024. Foto: João Vitor Araújo
Escola InternetLab 2024. Foto: João Vitor Araújo

A Escola foi encerrada em um seminário aberto ao público na ESPM, que reuniu convidados internacionais em seus painéis. Na primeira mesa, moderada pelo professor da ESPM-Direito e Procurador da República Yuri Luz, Dércio Tsandzana (Professor da Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique); Leah Kimathi (Fundadora do Council for Responsible Social Media, Quênia); e Fernanda K. Martins (diretora de pesquisa e desenvolvimento do InternetLab) discutiram sobre como a questão linguística cria desigualdades no campo da segurança e integridade. No segundo painel, moderado por Natália Paiva (sócia fundadora da Alandar), Theodora Skeadas (CEO da Tech Policy Consulting, Reino Unido); Bruno Bioni (diretor e fundador da Data Privacy Brasil e professor ESPM) e Juliana Nolasco (do Google) debateram o futuro deste campo frente aos avanços da IA generativa.

Reunindo um grupo diverso, o programa alcançou o seu principal objetivo: apresentar o campo da integridade e segurança na internet sob uma ótica de proteção de direitos humanos a profissionais de diferentes setores e origens e provocar trocas e encontros para acelerar seu engajamento e capacitação no assunto. O InternetLab agradece a co-realização da Alandar Consultoria em Políticas Públicas e às parceiras Google, Youtube, FESPSP e ESPM. Agradecemos o TikTok pelo apoio na modalidade aliado e a Meta na modalidade apoiadora da Escola InternetLab 2024.

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