Como lidar com trolls e falar sobre ataques online?
InternetLab e Redes Cordiais lançam guia para jornalistas e criadores de conteúdo com ferramentas para identificar, responder e reportar ataques online.
Cotidianamente, presenciamos nas redes sociais ataques contra um usuário ou um grupo. Muitas vezes esses ataques são violentos, recorrentes e acabam por gerar reações negativas e desestabilizar o debate público. Uma outra faceta dessa situação envolve grupos historicamente subalternizados, como mulheres, negros, pessoas com deficiência e LGBTQIA+, que são mais vulneráveis a essas violências, sendo mais visados e também sofrendo ataques que podem se tornar mais graves.
Jornalistas e influenciadores, além de estarem mais expostos a esse tipo de violência por serem figuras públicas, são atores que podem ter um impacto significativo na publicização e amplificação desses ataques. Como pessoas atuantes e influentes nas redes sociais, são capazes de chamar atenção para determinados conteúdos e debates. Em razão do impacto de suas escolhas de comunicação, a forma como jornalistas e influenciadores reagem, respondem e reportam ataques online é central para minimizar danos e evitar a amplificação de narrativas violentas e extremistas ou de comportamentos trolls.
No documento “Falando sobre ataques online e trolls: um guia para jornalistas e criadores de conteúdo na internet”, o InternetLab e o Redes Cordiais chamam a atenção de jornalistas, influenciadores e produtores de conteúdos em redes sociais para as escolhas que eles têm em suas mãos. Para isso, buscou-se ponderar o que pode estar em jogo diante de ataques online de trolls e oferecer ferramentas para que decisões responsáveis possam ser tomadas.
O guia traz informações sobre o que são trolls e o que são ataques online, seus impactos e os riscos associados ao poder de amplificação de jornalistas e influenciadores. Para ajudar comunicadores a falar sobre trolls nas redes, são apontadas algumas ferramentas para evitar a amplificação de conteúdo danoso, como o silêncio e a amplificação estratégica e a abordagem de minimização de danos, com alguns testes práticos que que jornalistas e influenciadores podem usar para avaliar a relevância e os riscos de falar sobre um fato ou não.
Ainda, o material traz dicas práticas para as vítimas de ataques, como, por exemplo, guardar provas do assédio que possam ser usadas para denúncias formais, contar com uma rede de apoio, e contatar agências de checagem em casos que envolvam desinformação.