Imagens das participantes do Especial Discurso de ódio. Da esquerda para direita, seguinda da parte superior a inferior da foto: Silvia Chakian, mulher branca de cabelos lisos e castanhos, aparece sorrindo na foto. Paula Bernadelli: mulher branca, gorda, de cabelos ondulados na cor castanho, na altura dos ombros. Veste uma blusa manga comprida cinza. Jész Ipólito, mulher negra de cabelos crespos pretos e curtos, porta um óculos amarelo, um casaco verde e um colar de bolinhas, com a mão esquerda tocando o rosto. Fabiana Benedito, mulher negra, de cabelos pretos, portando um óculos e uma bandana verde no pescoço, blusa azul. Lux Ferreira, pessoa não-binária, de pele branca, cabelos curtos de cor castanha. Lux aparece sorrindo, com a mão encostada no rosto. Veste uma blusa de mangas longas na cor vermelha e óculos amarelos.

Especial Discurso de Ódio lança luz sobre o fenômeno da violência de gênero online

Entrevistas com ativistas, pesquisadores e operadoras do direito trazem reflexões sobre violência contra mulheres na internet.

Especial Desigualdades e Identidades 30.09.2021 por Institucional

O conceito discurso de ódio tem ganhado o debate público nos últimos anos devido a práticas, cada vez mais constantes e evidentes, de violências realizadas na internet. Visto como uma violência cometida individualmente ou em grupo no ambiente online, o discurso de ódio é, segundo especialistas, direcionado a mulheres, negros(as), indígenas, pessoas LGBTQIA+ e outros grupos politicamente e historicamente marginalizados. Apesar do amplo debate sobre o conceito, carecemos ainda de iniciativas educacionais, sociais, legislativas, sociais e jurídicas que auxiliem na resolução ou mitigação de seus efeitos.

Desde 2018, o InternetLab busca, a partir do projeto Discurso de Ódio, entender o surgimento desse conceito no Brasil, sua aplicação e quais lacunas se abriram jurídico e socialmente diante de seu uso. Nesse ínterim, questões sobre o tema foram surgindo: Como definir discurso de ódio? O conceito faz sentido no Brasil? Como ele tem sido aplicado pelas esferas do direito? Existem meios legais para combater o discurso de ódio quando se direciona especificamente às mulheres? Trata-se de um conceito que é utilizado por movimentos sociais e por ativistas? Como pesquisadores(as) da área de gênero e relações étnico-raciais têm pensado sobre o tema? O que é necessário aperfeiçoar, no que diz respeito a esse tema, em relação às leis que já existem para proteger os direitos das mulheres? 

Para responder a algumas dessas questões,  conversamos com quem lida com a noção de discurso de ódio cotidianamente: ativistas, pesquisadoras(es) e operadoras do direito. 

Imagens das participantes do Especial Discurso de ódio. Da esquerda para direita, seguinda da parte superior a inferior da foto: Silvia Chakian, mulher branca de cabelos lisos e castanhos, aparece sorrindo na foto. Paula Bernadelli: mulher branca, gorda, de cabelos ondulados na cor castanho, na altura dos ombros. Veste uma blusa manga comprida cinza. Jész Ipólito, mulher negra de cabelos crespos pretos e curtos, porta um óculos amarelo, um casaco verde e um colar de bolinhas, com a mão esquerda tocando o rosto. Fabiana Benedito, mulher negra, de cabelos pretos, portando um óculos e uma bandana verde no pescoço, blusa azul. Lux Ferreira, pessoa não-binária, de pele branca, cabelos curtos de cor castanha. Lux aparece sorrindo, com a mão encostada no rosto. Veste uma blusa de mangas longas na cor vermelha e óculos amarelos.
Ilustração de participantes do Especial Discurso de ódio, feita por Stephanie Pollo.

No especial, trouxemos contribuições-chave para a reflexão em torno do conceito que podem ser conferidas na íntegra:

“O ódio às mulheres tem nome, o ódio às pessoas negras e às pessoas LGBT também tem nomes.”

“O grande desafio é a gente fazer da segurança um hábito cultural na internet.”

“ O abandono do ciberativismo por pessoas trans demonstra que as respostas às denúncias não são dadas do modo como deveriam.” 

“Às vezes, a misoginia não está no discurso, mas na motivação do ato.”

“Toda vez que reforçamos uma posição assimétrica das mulheres em relação aos homens, criamos desequilíbrio, desigualdade e um terreno fértil para a violência.”

Boa leitura!

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