[#2][especial] uso de dados pessoais por campanhas eleitorais
O aumento na produção e coleta de dados na internet ampliou também a capacidade de se fazer inferências sobre as pessoas: a partir de certas conclusões tiradas a respeito de alguém, é possível, por exemplo, direcionar a essa pessoa publicidade que potencialmente será de seu interesse.
Essa lógica também se reflete no campo eleitoral, com o microdirecionamento de propaganda eleitoral. Graças às ferramentas de impulsionamento das plataformas de internet, é possível detalhar e segmentar eleitores, e enviar mensagens políticas com conteúdo adequado ao perfil de cada eleitor. Por um lado, essa técnica pode promover o aumento da participação política, levando conteúdo político a quem não se engajaria ativamente, e uma diminuição nos custos do marketing eleitoral. Por outro, pode estimular práticas danosas à privacidade dos eleitores, conferir demasiado poder às plataformas de internet, detentoras das informações sobre os usuários, e perpetuar as assimetrias entre candidaturas, dando menor alcance ao conteúdo de políticos com menos recursos.
Veja os comentários de Jacqueline de Souza Abreu, advogada, doutoranda na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e coautora da obra “Direito Eleitoral na Era Digital”:
Essas e outras questões envolvendo o uso de dados pessoais em contextos eleitorais são sistematizadas e discutidas com maior profundidade no livro “Direito Eleitoral na Era Digital”, fruto das reuniões de grupo de estudos envolvendo pesquisadores do InternetLab e advogados eleitoralistas. A obra será lançada em breve, mas já é possível reservar o seu exemplar aqui.
Equipe responsável pelo conteúdo: Maria Luciano (maria.luciano@internetlab.org.br), Thiago Dias Oliva (thiago.oliva@internetlab.org.br) e Francisco Brito Cruz (francisco@internetlab.org.br).